domingo, 10 de setembro de 2017

INFANTARIA E ARTILHARIA DA «GRANDE ARMÉE»


A organização do exército napoleónico em Corpos, os quais constituíam pequenos exércitos autónomos, capazes de se defenderem por si próprios, mesmo quando atacados por forças superiores, era acompanhada de uma organização que conjugava tropas de infantaria de linha e ligeiras, em duas divisões com quatro regimentos cada (ou oito batalhões) com artilharia a pé e a cavalo e uma brigada de cavalaria ligeira, pelo menos, para apoio.     
                          


Além das unidades combatentes, possuía o seu Estado-Maior e serviços diversos, incluindo os trens das bagagens e da artilharia.

A unidade táctica era a brigada, constituída por quatro a seis batalhões. 
Frequentemente, um dos regimentos era de infantaria ligeira, considerada de elite em relação aos regimentos de infantaria de linha. 




Porém a distinção entre infantaria ligeira e de linha tendia a esbater-se com o tempo, pois os regimentos de linha possuíam companhias de «voltigeurs» ou atiradores, com um desempenho semelhante ao das companhias de infantaria ligeira. 
Por outro lado, era frequente os regimentos de infantaria ligeira fazerem tiro agrupado - em linha - ou ataques em coluna.




No aspecto táctico, a revolução francesa «inventou» o ataque em coluna, em que soldados mais experimentados enquadravam os recrutas, conseguindo romper muitas vezes a linha inimiga, por este processo. 
Muitas vezes, as brigadas e divisões dispunham-se para o ataque em «ordem mista»: algumas unidades eram mantidas em linha para um máximo poder de fogo, enquanto outras atacavam em coluna, fazendo valer o ímpeto e a massa de soldados incidindo num só ponto da linha inimiga.



A partir das campanhas na Península Ibérica, os britânicos e seus aliados aprenderam a enfrentar a infantaria napoleónica. Os regimentos aliados venceram os franceses em muitas ocasiões quando se dispunham aproveitando o mínimo acidente de terreno e, avançando ou recuando, se mantinham numa linha de fogo compacta que quebrava o ímpeto das colunas francesas.

Em geral, a linha de fogo era mantida em três linhas  com as duas da frente disparando e a de trás recarregando os mosquetes. Depois da linha da frente ter disparado, os soldados recuavam entre as duas linhas atrás deles, para recarregar as suas armas. Assim, conseguia-se (em teoria) um fogo bastante nutrido, mas sem grande precisão. 

O uso da artilharia também foi tornado mais eficaz pela Grande Armée. 
Napoleão favorecia o agrupamento das baterias para concentrar o fogo da artilharia em determinados pontos. 



O ataque da infantaria era precedido por tiros de canhão, em grande quantidade, que podiam desmoralizar as tropas inimigas antes destas entrarem em contacto físico com as colunas de infantaria. 
Os canhões avançavam ou recuavam o necessário para  flagelar eficazmente a linha inimiga. A distâncias iniciais relativamente longas (mais de dois quilómetros do alvo) os canhões eram pouco precisos e eficazes, neste período histórico. 
Somente a curta distância (800 a 300 metros) os canhões tinham uma eficácia grande. 


Cada divisão de infantaria dispunha, para apoio, de 2 companhias de artilharia (com 6 a 8 peças por companhia). Porém, era frequente, em batalha, uma parte dessa artilharia agrupar-se, formando baterias de reserva compostas por 3 ou 4 companhias, no mínimo.
As baterias a cavalo permitiam percorrer distâncias maiores, em tempo mais curto, do que as baterias a pé. 





Cada Corpo possuía tanto artilharia a pé, como a cavalo, em proporção variável. Um Corpo do Exército costumava alinhar, em média, 6 companhias, sendo 4 de artilharia a pé e 2 a cavalo.

Os modelos de HAT (infantaria ligeira) e de AIRFIX (infantaria de linha e artilharia a pé) constituíram a base dos regimentos aqui representados. Mas, para os músicos, sargentos e oficiais, fui buscar (com transformações) modelos de outras marcas. Para a artilharia a cavalo  usei corpos de artilharia a cavalo britânica da AIRFIX,  com substituição de cabeças para obter soldados com shakos, ou com colpacks nos casos dos oficiais.

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