segunda-feira, 27 de novembro de 2017

CURIOSIDADES NAPOLEÓNICAS; MAMELUCOS E GUARDAS DE HONRA

Os Mamelucos eram cavaleiros muçulmanos, de origem síria e tendo lutado no exército otomano, recrutados no Egipto, por Bonaparte.
A guarda fiel de Bonaparte, ainda antes de ser imperador, a Guarda Consular, incluía uma companhia destes homens impressionantes, com suas roupagens orientais e sortido de pistolas, facas, sabres e carabinas (os outros regimentos costumavam designá-los por «arsenal ambulante»).
Ao longo das campanhas, o número de mamelucos originários do próximo-oriente foi diminuindo, tendo um punhado destes acompanhado o Imperador no seu primeiro exílio, na Ilha de Elba, em 1814. Após a campanha desastrosa de Waterloo (1815), os restantes fieis mamelucos foram enviados de volta para seu país de origem, o Egipto. Mas, no porto de Marselha, onde iriam embarcar, uma multidão de populares em fúria massacrou-os.

       

       


Os Guardas de Honra são uma aquisição  tardia da Guarda Imperial: depois da derrota da Rússia, Napoleão precisava desesperadamente de constituir um novo exército. O pior, era encontrar cavalos e cavaleiros minimamente treinados e equipados. Era muito mais caro e difícil constituir um regimento de cavalaria do que um regimento de infantaria. 
Napoleão lembrou-se de fazer apelo à aristocracia, tendo esta ficado largamente isenta do serviço militar, devido ao sistema das substituições. Neste, um filho da aristocracia era substituído por um outro, filho de operário ou camponês: assim, o exército obtinha o número de recrutas que necessitava e as pessoas muito pobres recebiam uma soma, para elas importante, por apresentarem o seu mancebo em substituição de um filho-família.
Napoleão seduziu esses filhos-família a se apresentarem como voluntários, propondo-lhes um lugar na cavalaria da Guarda. Era um lugar de honra, obtido, normalmente, graças a conduta exemplar em várias campanhas. É normal que os restantes regimentos da guarda ressentissem ódio por esses jovens sem experiência militar e que obtinham assim, somente por serem filhos de «boas famílias», um lugar no corpo de elite, a Guarda Imperial.

    

    

No início de 1813, quando os 4 regimentos de Guardas de Honra iniciaram treinos em cidades de província da França, vários incidentes disciplinares graves ocorreram. Um dos quais foi uma conjura para assassinar o coronel do regimento.
 Apesar da sua imaturidade e duma questionável fidelidade ao Imperador (muitos eram descendentes de aristocratas do antigo regime e partilhavam o seu rancor contra o «usurpador»), revelaram-se corajosos frente aos regimentos de cavalaria inimiga, em Leipzig e em Hanau.

domingo, 5 de novembro de 2017

BATALHA DE HANAU (APÓS LEIPZIG)

As forças do exército napoleónico em retirada, após Leipzig, foram confrontadas pela força conjugada de austríacos e bávaros
Estes últimos tinham «virado a casaca» há bem pouco tempo, nas vésperas da grande batalha de Leipzig, que foi a derrota mais importante para todo o projecto napoleónico de uma Europa continental dominada pelo império francês. 

De qualquer maneira, em Hanau, os exércitos bávaro e austríaco foram incapazes de barrar o caminho de retirada das forças francesas.
A campanha que se seguiu, a campanha de França, no final de 1813 e primeiros meses de 1814, foi um esforço desesperado de parte de Napoleão e dos seus exércitos em conter um fluxo ininterrupto e virtualmente inesgotável de homens e meios do resto da Europa. Os exércitos coligados da Prússia, Rússia, Áustria, Suécia, e de todos os pequenos estados que tinham feito parte da Confederação do Reno (incluindo a Baviera) precipitaram-se sobre as estradas de França e, apesar de esforços heróicos, as tropas francesas, mal equipadas, inferiores em número,  bateram-se em uma série de batalhas (muitas delas vitoriosas). Na batalha de Paris de 30-31 de Março, muitos velhos soldados morreram em vão, pela glória de um império que se serviu deles e que eles serviram equivocados, com a sua ilusão. 

Nas figuras abaixo, tentei reproduzir alguns dos uniformes que estiveram presentes na batalha de Hanau 

  
   
                  
                     1- Artilharia da Baviera
   
              

                   2a - Compª Artilharia a pé bávara

                  
                  2b- Compª Artilharia a cavalo, comando

                  
                   3- Reg. de chevau-léger bávaros
      

                               4- Reg. infantaria de linha, batalhão 1

                     
                     5- Reg. infantaria de linha, batalhão 2

A infantaria bávara contava com as tropas «nacionais» ou seja regimentos de voluntários, com fraca experiência muitos deles, mas que podiam aguentar o embate com as tropas de elite, da guarda imperial francesa, que tinham escapado relativamente intactas do desastre de Leipzig.

                     
                     6- Bat. nacional bávaro (milícias) 

                     
                     7- Bat. granadeiros da velha guarda

                     
                    8- Comp.ª  artilharia a pé da guarda
                     
                     
                     9- Comp.ª  artilharia a cavalo, da linha


                     10- Reg. Atiradores da Jovem Guarda